Antes de sonhar em produzir motos, a Suzuki especializou-se na construção de teares para tecelagem, atividade que cresceu até à Segunda Guerra Mundial. Porém, após o conflito houve uma crise no setor têxtil e a marca começou a cogitar entrar em outros setores.
Na fase pós-guerra, o desejo de mobilidade da população japonesa levou ao florescimento de inúmeras fábricas de bicicletas motorizadas. Shinzo Suzuki, diretor da empresa na época, era só mais um com o desejo de uma nova forma de mobilidade.
Foi assim que cansado de voltar para casa pedalando, teve a ideia de um novo produto em 1951. Em janeiro de 1952, começaram os testes no primeiro protótipo, batizado de Atom e equipado com motor de 30 cc e apenas 0,2 cv.
Em 3 de março, um segundo protótipo saiu às ruas, desta vez movido pelo motor definitivo. Uma unidade monocilíndrica de 36 cc, com potência máxima de 1 cv a 4.000 rpm.
A Suzuki registrou a patente mecânica da Power Free, que também contava com um exclusivo sistema de transmissão de duas velocidades, equipado com embreagem multidisco.
O modelo se tornou uma estrela da motorização em massa do Japão, mas teve sua carreira curta. Com a atualização do Código da Estrada, em agosto de 1952, abriram-se novos cenários para motores maiores, mais potentes e resistentes.
Assim, a Power Free permaneceu em produção por algum tempo, porém, à sombra da Diamond Free de 60 cc, lançada em 1953. Cerca de 15 anos depois viria a primeira GS 750 (foto), precursora entre as esportivas modernas.